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DIAS DE CHUVA.
Em dias de chuva,
A poesia dança na
algibeira dos descalços.
A terra húmida aquece a pele macia.
O vento sopra na direção oposta.
Em dias de chuva,
O mocho sobrevoa as paredes da casa sem telhado.
O corvo encontra figos no rio das Esperanças.
A cegonha rebica a trança do casulo.
A garça responde à espiral dos ciclones.
As andorinhas picam o código morse desta Era.
Em dias de chuva,
Céu e Terra comungam a ousadia de ter Tempo.
Espaços entreabertos
cobrem-se de AMOR.
E a neblina inverte o irreversível.
Em dias de Chuva,
Um Olá tímido do tamanho do Universo,
Acende o Suspiro concebido com mel,
Na pausa, do açúcar moral.
Em dias de Chuva,
O piano responde ao contrabaixo:
- Estou no Tibete, abraçado a ti!
E em Portugal faz SOL.
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